Deitou-se
cedo. Com a final do jogo pela manhã, convinha estar em forma. Mas a
imagem das sapatilhas não o largavam. Feitas de lona, com elas vivera momentos
inesquecíveis, ganhara jogos quase invencíveis, chorara derrotas inesperadas. Agora
eram apenas recordações, velhas cúmplices de um passado feliz.
Um sonho apoderou-se dessa noite. Ali estavam elas gastas e desbotadas, incendiando-lhe
os sentidos como nos velhos tempos.
E foi, com uma força inabalável no coração, que partiu para o jogo.
Isabel Lopo, 69 anos, Lisboa
Desafio Escritiva nº 4 – homenagem às sapatilhas
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