Chegou
tarde, mal-humorado, trazia um olhar estranho, distante, perdido.
«Talvez
calada ganhe a confiança dele», pensei. Assim fiquei, durante muito tempo. Os
minutos passavam, e ele permanecia triste e mudo.
«E
agora? Vou experimentar, pergunto, de forma subtil, pode resultar.»
– O dia
correu bem, na escola?
– Voltei a
chorar. Esqueci as tabuadas.
– E então?...
– Já sei,
amanhã, meto os dedos, por baixo da mesa e conto. Os outros fazem isso...
Fiquei a
pensar, afinal já as compreendi.
Margarida Monge, 53 anos, Vila Verde de Ficalho
Desafio nº 18 – palavras proibidas: não que mas pois como verbos: estar + ser
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