Os navios
existem, e existe o teu rosto
Existe a
Terra, e existe o Céu
Na boca da
lua
Vejo o teu
reflexo puro
Radioso
Quase
inacessível
É aqui que
tudo muda
A minha alma
errante
Parte sem
medo
Sem medo da
inadiável procura
E inventa
mil caminhos
Ladeados de
lilases
Desenhados
pelo vento
Sinto o mar
esgotar-se no corpo
E é neste
momento que eu
Me abandono
em ti
Para
atravessar contigo o deserto do mundo
Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa (1940) - Os navios
existem, e existe o teu rosto
+ Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro
Sexto (1962) - Para atravessar contigo o deserto do mundo
Carla Augusto, Alenquer
Desafio nº 35 – partindo de dois versos de autor
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