31/03/16

Apesar da culpa

Picou o ponto e acelerou o passo como fazia há dez anos, de segunda a sexta, numa rotina só interrompida nos magros dias de férias.
Encarou a íngreme subida, mirando a paragem. Porém, a meio interrompeu os passos, sentindo-se, inexplicavelmente, ridícula. Para quê aquela ânsia de ser espremida entre iguais?
Viu o autocarro passar, atravessou a estrada e sentou-se na esplanada, oferecendo-se um momento de prazer, ignorando a culpa que espreitava. Pela primeira vez, apanharia o próximo.

Quita Miguel, 56 anos, Cascais
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Desafio nº 105 – frase de Einstein

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