Tinham sido momentos estranhos. Vozes que me chegavam ao longe num
turbilhão distorcido.
– Desmaiou. Está mal.
– Deixem passar. Precisa de ar, não veem? Afastem-se.
– Queria falar, explicar o que se passara. Mas não consegui. As palavras
atrapalharam-se dentro de mim, como se eu fosse outra, como se tudo fosse
um sonho.
– Tenha calma, vamos tratar de si, não se esforce mais.
– Mas eu…
Sei que tentei mesmo falar. Mas não fui capaz. Mexer-me, também não.
Então acordei.
Paula Coelho Pais, 54 anos, Lisboa
Desafio RS nº
13 – … palavras atrapalharam-se dentro…
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