Perdida, talvez sozinha
Antes tentei explicar-te, mas perdi o sentido a tudo. Estas minhas palavras outrora sentidas, agora tão estupidamente manuscritas pretendem ofuscar somente a tempestade, esquecer minha paixão. Ostracizar segredos.
Ando totalmente emaranhada. Meus pensamentos oscilam silenciosamente. Após
tanto erro mergulhei perdida, obstinadamente só. Amorteço teimosamente este meu
pensar. Odeio sentir a ternura encaixando-se melancolicamente, permitindo outro
sentir.
Acaso tentaste encontrar-me? Mentiste-me, parti ofendida.
Surpreendentemente amando-te. Tua escusa magoou-me, permaneci oculta, surpreendida.
Afinal, terminei então mais perdida ou sozinha.
Carla Silva, 42 anos, Barbacena,
Elvas
Desafio nº 104 – letras obrigatórias: A T E M P O S
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