14/05/16

Campeão

Primeiro tínhamos um grande nevoeiro dentro de nós que nunca mais nos largava. Depois o sol começou a brilhar. Ficou tão forte que acabou por nos encadear. Estávamos encadeados e tivemos de fechar os olhos. Mas não tivemos de deixar de acreditar. Aos poucos fomos abrindo os olhos muito devagarinho e no final de tudo fomos nós quem ficou com os olhos mais abertos. Isto é a mística história de um campeão, sempre a voar mais alto.

Gonçalo, 11 anos, Lisboa

(partindo do poema Ver Claro, de Eugénio de Andrade)

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