Visitava a minha amiga. Gostava de lá
estar, perto das raízes maternas que eram as dela também. Tarde quente e tanto
para estudar. Sede, muita. Que fosse lá dentro, que estivesse à vontade. Na
cozinha, junto à torneira, a grande colher de cortiça calava histórias de
pastores e ceifeiras. O tarro e o cocho. O pão e a água. Peguei nele com
cuidados de velho pergaminho e a água que bebi foi também a da minha história.
Paula Coelho Pais, Lisboa, 55 anos
"cocho" – colher
de cortiça do Alentejo
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