Em certos momentos, revejo-me lúgubre. Interrogo-me se sentes o mesmo, se
sobrevives pelo tempo como eu sem ti; se, disjuntivo, existes. Crês-me
presente, mesmo que em inúmeros ensejos só em espectro. O presente flui e o
crepúsculo vespertino destrói o meu espírito corroído e consumido. Vivo?...
Somente um conjunto velho de músculos e ossos. O meu ser, esse ente de índole
doce, esconde-se num fosso escuro e restrito. Um invólucro sem volume, cingido,
esquecido, se és inexistente.
Vanda Gomes, 45 anos, Lisboa
Desafio RS nº 39 – história de amor sem A!
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