Levava o ano numa azáfama a organizar a casa que
não lhe pertencia. Fazia-o com uma dedicação sem limites pela família
e por aquelas paredes que a tinham acolhido um dia. O Natal estava a porta
e ela não tinha mãos a medir, mas conseguia milagres impossíveis
para tornar essa noite especial. E, quando todos saíam num rebuliço
para a missa, ela sentava-se em silencio, sozinha na sua transparência,
deixando que as lágrimas lhe cobrissem a solidão.
Isabel Lopo, 70 anos, Algarve
Desafio nº 109
– solidão no meio de gente
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