Ontem, num restaurante com guardanapos de pano e alguma cerimónia, o
empregado enganou-se numas coisas e atrapalhou-se com outras.
– Perdoa-me se lhe disser que estou apaixonado?
– Perdoa-me se lhe disser que estou apaixonado?
Não só perdoei como tive vontade de o sentar à mesa para que me contasse
tudo, quem era a pessoa por quem os olhos dele brilhavam. Não resisto a um
homem apaixonado, comove-me, parece-me sempre o último de uma espécie, um
derradeiro Dodó a precisar de protecção.
Sou parva, eu sei.
Sou parva, eu sei.
Inês do Carmo
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