A mulher era uma doninha fedorenta: modos
miudinhos, elétricos, afetados e cínicos. O fedor vinha-lhe das maneiras e não
do odor: um rasto de perfume caro mas absurdamente incomodativo, que se nos
colava ao cérebro.
Passava os dedos sobre os móveis alheios para avaliar a quantidade de pó; falava connosco perscrutando-nos, com olhos “postiços” de eyeliner. Observava-nos os sapatos, o cair da saia, a qualidade do algodão. Sempre perfeita: tudo que era seu era ideal. Uma “cenisga”.
Maria José Castro, 56 anos, Azeitão
Passava os dedos sobre os móveis alheios para avaliar a quantidade de pó; falava connosco perscrutando-nos, com olhos “postiços” de eyeliner. Observava-nos os sapatos, o cair da saia, a qualidade do algodão. Sempre perfeita: tudo que era seu era ideal. Uma “cenisga”.
Maria José Castro, 56 anos, Azeitão
Desafio Escritiva nº 10 - definições criativas
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