Sim, vi os teus dedos. Sim, ouvi o deslizar dos teus dedos.
Janela fechada, vidros embaciados.
Embaciados como o meu gesto indeciso. Abro?
Continuas a bater suave e lentamente nos vidros.
Estendo-me no sofá, o teu tímido dedilhar confunde-se agora com estes
chuviscos.
Desistes.
Sabes que estou ali. Só não sabes que já não estou ali para ti.
Só isso me importa. Abro a janela para te ver partir.
Para me convencer que jamais me farás sorrir.
Carla Augusto, 48 anos, Alenquer
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