Escalo os últimos
degraus da torre e encosto-me às ameias. Tenho a goela seca, mas não me calo. Grito o que me vai na
alma, ainda que ninguém faça caso.
A nenhum dos presentes importa o caos que se instalou na minha vida. Oiço-os
subir a escada, sei que uma cela me aguarda. O tempo escoa, não posso esperar mais.
Debruço-me e imagino que voo, enquanto gritos preenchem o ar e o chão se
aproxima depressa demais.
Quita Miguel, 56
anos, Cascais
Desafio RS nº
42 – letras de
escola sem escola
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