Ouvia-te sempre à mesma hora. Um toque, uma cadência e
depois nada. Das primeiras vezes corria para te conseguir ver. Mas não. Perdi
dias a pensar como serias. Contavam-se lendas sobre estes barulhos que se ouvem
nos vidros em noites de tempestade. Que seriam nefastos, diziam. De mau agoiro,
asseguravam. Mas eu sabia que eras um sinal bom. Uma luz na minha vida.
Talvez fosses uma ave noturna, uma estrela, uma fada. Um dia a janela abriu-se.
Paula
Coelho Pais, Lisboa, 55 anos
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