Rezingando, assim tecia a
vida. Pintava dramas das mais pequenas coisas que lhe aconteciam. Gostava de
tudo perfeito, tudo impecavelmente sincronizado. Impunha sempre o seu modo
peculiar. Nunca aprendeu a viver saudando a abundância da sua vida. Queria
sempre mais. Fez-se mundo em si.
Um dia, olhando as imagens da quotidiana guerra, desceu ao real
e percebeu a riqueza que tinha. Com os olhos toldados pelas lágrimas, enxergou
o que era viver sem amanhã, sem futuro. Emudeceu…
Amélia
Meireles, 63 anos, Ponta Delgada
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