É na esquina dos meus pensamentos
que te espero,
espuma fugidia
trapézio imóvel;
gabas-te do quanto deslizaste,
do quanto me fizeste confiar,
das palavras que sumiste de mim;
foste o resquício,
o travo doce,
o fugaz negrume,
conforto de um funâmbulo,
toda a duplicidade
deste triunfo a que chamo "eu".
Talvez não me creias assim.
Não percorro as gélidas
cordas de aço
cordas de aço
sem um caos delicioso;
sou eu que estou ali:
entre dois planos,
perpendiculares ou paralelos.
Jaime A., 52 anos, Lisboa
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