Sempre que a velha me sorria, mostrando os dentes amarelos,
sabia que era desastre anunciado. Por isso, procurava evitar passar à sua
porta, o que implicava fazer mais um quilómetro a pé, por vezes debaixo de
chuva ou sob o sol escaldante. Era duro.
Hoje, a pressa era muita, havia que encurtar caminho. Ao
ver o maldito sorriso, corri para casa, adivinhando o pior, mas ao contrário
era o melhor que me aguardava: bilhete de euromilhões premiado.
Quita Miguel, 57
anos, Cascais
Desafio RS nº
44 – reflexão em
44, contrário em 33
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