Tio Arlindo acordou maldisposto, como de costume. Desta vez,
sente-se particularmente sorumbático. Liga a TV, mas ao fim de cinco minutos de
balanço do ano, desiste.
― Este mundo vai de mal a pior ― grita, irritado.
Durante horas, fica sentado, calado, de persianas meio corridas.
Alguém toca à porta. A contragosto, levanta-se e vai abrir.
O rosto ilumina-se-lhe: é a vizinha gostosa do 3º D, a
convidá-lo para sair.
― Tristezas não pagam dívidas ― suspira. ― E o sofrimento… envelhece!
Carlos
Alberto Silva, 58 anos, Leiria
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Desafio nº 114 - trocar as voltas ao ditado popular
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