Encontrou a peúga perdida no meio dos lençóis de coralina
mornos e entorpecidos.
Veio-lhe à memória o doce aroma do seu perfume quente.
Leva-a à ruína, com pedidos de amor de perdição eterno.
Saiu de casa aflita e apanhou o metro rumo ao rio.
Junto ao ralo do passeio, um livro morto jazia chamando-a.
Abriu-o e leu “a justiça está nos actos que fazes”.
Entrou no relojoeiro, deu a palavra chave e disse: matem-no; eu
desisto.
Filomena
Mourinho, 43 anos, Serpa
Desafio RS nº 25 – dedos que
batem no vidro (cena)
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