Encostada à ombreira da porta, olhava o fogo-de-artifício,
que assinalava o nascer de um novo ano, e perguntava-se até quando iria
sobreviver ao desalento.
O cansaço de lutar por um sonho que
não encontrava espaço para se materializar, deixava-a com aquele olhar triste
que a acompanhava a cada dia.
Há um ano, ainda saíra para
festejar, acreditando que chegara finalmente a hora de ser feliz. Agora, sabia
o quanto estava errada. Só, percebia como o sofrimento esmorece.
Quita Miguel, 57 anos, Cascais
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