no prato da memória, milhões de sabores tapam a dor deste corpo.
deiglutei-me na falta de amor próprio...
transportando carradas de pão...
transportando molhos viscosos...
transportando desafectos que se me colaram às raízes...
transportando-me... e limpando as lágrimas de alma, deste corpo mutilado
pela dor.
mãe... amo-te!
mãe, protegi naqueles meninos a menina que há em mim...
mãe, eu sabia que era capaz!
sempre soube. haveria um dia de conseguir viajar pelas estrelas com o meu
perlimpimchim.
Eurídice Rocha, 50 anos, Coimbra
Desafio RS nº 45 – «Eu sabia que era capaz!»
Nota: deiglutei-me
= deitei-me+ dei-me+ degluti-me
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