“Mãos frias, amores todos
os dias”, ouvia, durante a infância. E lá fui crescendo, adolescência fora,
orgulhosa do ártico nos meus dedos, esperançosa de uma vida de ventura e
aventuras, anunciada pela palma polar da minha mão. Cresci. E a vida foi-se
vivendo. Vi amiúde a ventura desabar em desventura. E, afinal, polares não eram
as mãos, mas os corações dos meus (des)amores. Escondo, agora, desgostosa, as
mãos nas mangas de lã.
“Mãos frias, amores de
arrelias!”
Susana Ribeiro,
Castelo Branco
Desafio nº 90
– com provérbios contraditórios
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