O crime, que cometeu sem hesitação devido a uma zanga, deixou-a numa atrapalhação. Ainda via o grande dedo do rival a espicaçar a sua paciência digna de nota, acompanhado de um olhar felino de
jaguar. O marido falido, para ela urso, ainda deu quatro
gritos, que nem o primeiro vizinho
escutou. O lado oculto, meio místico, atirava-a agora para uma solidão impossível de terminar.
Sobrava-lhe a lamparina e um xaile bárbaro, que a mesma varejeira
nunca largava.
António Matos, 31 anos, Lisboa
Desafio RS nº
47 – 23 palavras obrigatórias!
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