Liana, magoada, lembrou-se dos botões de rosa. No dia-a-dia, foram eles que
lhe deram conforto. Abanaram-na, deram-lhe afetos. Diariamente afastaram-lhe as
dores.
Ela achou os botões encantadores, iam desabrochando lentamente, principalmente
quando lhes dava amor. Permaneciam, quase sempre quietos, mas alguns
movimentavam-se embalados pelas brisas. Outros eram empurrados pelo vento e
agitavam-se, tal como bandeiras ondulantes. As suas cores, muito vivas,
imploravam olhares atentos.
Liana afastou-se deles, leva-os no coração ― irão dar-lhe um rosto
diferente ao espelho.
Fernanda Costa, 55 anos,
Alcobaça
Desafio RS nº
48 ― um rosto diferente no espelho
Dócil, tão dócil.
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