Amava-o desmesuradamente e
talvez isso justificasse o seu viver descontínuo. Sentia-se intermitente.
Sentia-se dona do mundo quando Gil estava no seu melhor. O quotidiano era de
uma inquietante harmonia que a fazia acreditar ter encontrado a sua alma gémea.
Porém, quando bebia, por razões que nunca entendeu, era a pessoa mais
aterrorizante que conhecera. O terror, pintado pela raiva e pelo incerto venceu
e, apesar de ter períodos de magia e plenitude, separou-se de quem tanto amava.
Amélia Meireles, 64
anos, Ponta Delgada
Desafio nº 126 –
sentia-se intermitente
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