Vítor debulhava espigas, sustento da família. Tantas!
― Parece castigo! O pai não compra a debulhadora, ninguém merece!
Inesperadamente, uma espiga destacou-se, os grãos brilhavam. Parecia falar. Tinha
uma beleza incomparável. Ficou
paralisado! Virou-se, olhou o Sol e, num ápice, uma rapariga sorriu e
disse-lhe:
― Vi como eras terno, doce, gestos suaves ― apaixonei-me!
Convidou-o a segui-la, pois tinha como esperança descobrir a divindade do
mundo. Quando o viu, teve a certeza que conseguiria alcançar a sua nobre
aspiração.
Ana
Beatriz, 39 anos, Lisboa
Desafio nº 130 ― de espiga a
esperança
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