Há dias, numa tarde soalheira, estando a porta do terraço aberta, um
certo odor, insinuando-se, transportou-me ao tempo de infância. Revisitei os
tempos em que a minha irmã e as amigas se deliciavam cozinhando num mini
fogareiro de barro. Na panela de alumínio coziam batatas e cenouras arrancadas
da horta da avó, adicionando-lhe hortelã, que originava um cheiro tão
característico. A brincadeira durava até que eu, birrenta, acordada da sesta,
punha fim à harmonia e cumplicidades gastronómicas.
Helena Rosinha, 65 anos, Vila Franca de Xira
Escritiva nº 27
– cheiros
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