O dourado de um campo em espiga invade-me
a consciência quebrando os limites do corpo, ainda assim,
sinto aquela aspereza delicada roçar-me a pele, enquanto
saboreio o calor do ar aspirado. O restolhar aglutina o som da
chuva que bate na janela, deixo-me pairar pelo mundo das sensações daquela
paisagem, recuso e aniquilo qualquer pensamento simbólico, que
ensombraria a perfeição. Só ao vento abro as fronteiras do
sensorial e com lentidão um redemoinho fresco envolve-me de esperança.
Lourença
Oliveira, 45 anos, S. João do Estoril
Desafio nº 130 ― de espiga a
esperança
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