No princípio a escuridão era total. Depois, aos
poucos, os olhos habituam-se e leves sombras de estranhas formas vão-se
desenhando em todas as direções. Começava a sentir-se intermitente, ora estava
presente, ora ausente. Como se tivesse um botão que alguém sadicamente ia
ligando e desligando a seu bel-prazer. E de ausência em ausência ia se sentindo
cada vez mais fora de si, mais longe. Longe da vida, mas perto de uma qualquer
coisa que não conseguia distinguir.
Ana Pegado, 31 anos,
Lisboa
Desafio nº 126
– sentia-se intermitente
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