Amora-preta
A descida estava íngreme, e na sua
petulância juvenil não dava ouvidos a avisos dos amigos ciclistas. A estrada
descendente dava-lhe a sensação cativante de ter asas, porém perdeu numa curva
o controlo e chocou com as barreiras. Durante dois segundos voou, braços muito
abertos como o Cristo Rei de Almada, e terminou, assim escapando por um triz do
abismo, numa silva. Como não ocorreu um acidente, anunciava laconicamente aos
amigos inquietos: "Aqui crescem deliciosas amoras-pretas ".
Theo De Bakkere, 65 anos, Antuérpia
Bélgica
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textos: http://blog.seniorennet.be/ lisboa
Desafio nº 133
― cair nas silvas
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