Espantava-se momentaneamente, sempre. Não aprendera o espanto, nem o
estremecimento que sempre sentia com tudo, com as coisas que eram coisas, e com
aquelas que o não eram, tudo. Numa flor prende-se-lhe o lábio no dente, na
árvore o pisca-pisca dos olhos, no horizonte o seu semblante, como um vulcão,
estremecia. E um sonho, múltiplo de espanto, germinava na sua alma. Sonhava,
esquecia-se do temor e da tristeza.
Um homem que sempre sonhava, do espanto da vida.
Constantino Mendes Alves, 59 anos, Leiria
Desafio RS nº
34 – frase de Mia Couto
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