Era o candeeiro, era a secretária. Quando
apagado, ela sombreava de medo. Assustada, mesmo calada, suspirava. Ele
fechado, aturdido, sem fontear, exasperado, só, perdido. Algo, como uma mão,
clicava, eis um mundo acendido. Era doce o seu paladar espalhado naquele
côncavo plano. Ela refletia, em lágrimas, brilhava. Que alegria, um diálogo tão
intenso que a pele de uma mão arrepiava de emoção. Que romântico matrimónio,
era só luz e madeira, mas não me enganem, havia alma verdadeira.
Constantino Mendes
Alves, 59 anos, Leiria
Escritiva nº 29 – história de amor de objetos
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