22/02/18

Filomena Galvão ― escritiva 29


Sentia-se só, muito só e triste. O velho casaco felpudo de lã grossa era o seu aconchego e era também com ele que  a menina gostava de se  envolver e se enroscar no sofá. Caíra e esperava agora impacientemente que ela o voltasse a coser. Era um pequeno e redondo botão de madrepérola. De repente, sentiu a agulha a trespassá-lo, a linha a deslizar, a prendê-lo à carcela da lã. Que felicidade, estava de novo em casa!
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Escritiva nº 29 – história de amor de objetos


Sem comentários:

Enviar um comentário