01/03/18

Amália da Mata e Silva ― escritiva 29


Era um amor lindo aquele que os unia. Sempre juntos. Ele, esbelto e singelo; ela, muito cómoda e colorida. Viviam em comunhão num canto da despensa ou numa gaveta da cozinha. Mas, que importava o lugar onde estavam? Desde que estivessem juntos, estavam bem... Nada valiam se estivessem separados.
Até quando ele, rebelde, queria dar uma escapadela, não funcionava porque deixava de ter utilidade e voltava para ela que, para o castigar, lhe fazia arder a cabeça.
Amália da Mata e Silva, 62 anos, Vila Franca de Xira
Escritiva nº 29 – história de amor de objetos


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