A Cigarra e a Formiga
O Verão emprestou-lhe bons pensamentos, e ela
abraçou-os. Lembrou-se de momentos calmos e exaltou-se com momentos prazerosos.
Sentiu-se alegre – já não era um ponto suspenso numa folha morta. Não
encontrou a fome que carregava, nem questionou a nova Cigarra que surgia.
Permitiu-se ficar, quieta. Fixou o olhar na Formiga, fez com que lhe trouxesse
migalhas. Transformou-se num insecto forte, mais autoritário, tão mais
possível. E reencontrou-se em cada música que cantou e que não lançou às ervas.
Matilde Venâncio, 50 anos, Funchal
Escritiva nº 24 - mini histórias da infância
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