Acendeu o
isqueiro como tantas vezes vazia. Não havia cigarro, apenas aquele isqueiro.
Deixara de fumar há muito, logo depois que a Rosa morrera, a sua Rosinha sempre
preocupada com a sua saúde.
Ouvira-a
pouco, sempre alertando que cada cigarro lhe roubaria tempo de vida, nunca lhe
ligou, fora um burro.
Agora ficara
só, sentindo-se mesmo burro, sem a sua Rosa, mas sempre com o isqueiro a
lembrar-lhe a morte não pede licença. A morte escolhera Rosa.
Ana Paula Paiva, 52 anos, Porto
Desafio nº 137 ― rosa, isqueiro,
burro
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