Agarro-me às recordações do
espaço onde, desculpa-me este pensamento cerâmico, povoei os teus dias. Afasto
a ideia de ter falhado, isso iria desfragmentar-me e quero fazer isto bem
feito. Sou obsoleta, isso sei.
Depois destes últimos tempos,
entendo que o meu fim chegou. Não há espaço para mim na nova casa. Entristeço-me.
Reunirás os cacos do que fui
para te livrares de mim?
Precipito-me da borda da
estante. Estilhaço-me entre caixotes onde nunca me enfiarias. Adeus.
Margarida
Fonseca Santos
OUVIR
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