Como
areia na mão do vento, atravessou as nossas vidas sem deixar que marcas tristes
aprisionassem a nossa infância. Vestia-se de sombras, deslizava entre rotinas,
quase sem existir, zelando, fazendo-nos crescer. E ali estávamos,
despedindo-nos do corpo gasto, incapazes de imaginar vida na sua ausência.
Gentes humildes choravam-lhe a partida; nós gritávamos, mudos, para que
permanecesse em nós.
Assim
fez. Afastou-se do corpo como o vento e, deslizando na infância guardada,
desenhou pegadas firmes na nossa memória.
Margarida Fonseca Santos
Que lindo, Margarida!
ResponderEliminarEstou vendo agora este seu diário muito criativo.
Muito obrigada, Celina! Ainda bem que gosta. Queria muito que, com a possibilidade de ouvir além de ler, as histórias chegassem a todas as idades, a todas as pessoas, sem barreiras. Um grande beijinho
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