Diário 77 ― 58 ― Campónio
O
lampião atira rimas aos outros. Os portistas, irritados, atiram cânticos contra
si, como sina ritmada. Coitados… Mas o lampião, malandro, não cala a canção.
Ai, aí tramaram-no: o lampião, a sós, contra tantos tipos? Não, não! Atrás do
plátano, cria a ilusão: como macaco, salta para os ramos altos, não o topam
mais. Com ânimo, ali poisa, ali acampa. Dias, anos, coitado… O lampião passa a
campónio instalado no cimo dos ramos. Atira rimas aos pássaros.
Margarida Fonseca Santos
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