O passeio continua. A sua vida já não é a mesma.
Imagina-se aconchegada/o pelas flores silvestres.
Pode
ser completamente ignorada ou modificada, é só o «empurrão» de início.
Saiu-me assim:
Avançou pelos campos ser imaginar o
que provocara. Não pretendia desiludir os fiéis, apenas lhes disse que partiria
para uma vida sem deuses. Sofria. Não se apercebeu de que o seguiam. Ninguém se
imaginava a viver sem a sua orientação. E quando, exausto de sofrer na dor de
ter perdido o seu amor secreto, atirou-se no abismo. Atrás de si, cegos de
desconsolo e desorientação, caíram os outros. No chão, envoltos em flores
silvestres, sepultou-se a comunidade.
Margarida Fonseca
Santos, 57 anos, Lisboa