Naquela aldeia havia uma casa que se
distinguia das demais. A Ti Hermínia estava sempre à janela a ver quem passava
e a sua varanda estava repleta de flores. Ela tinha mobilidade reduzida devido
a um acidente e por isso quase nunca saía. Entretinha-se a ver quem subia ou
descia a rua, dava dois dedos de conversa e cuidava das flores. O mais peculiar
eram os penicos de esmalte azul que enfeitavam com sardinheiras esta varanda florida.
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Escritiva nº 35 – varanda florida
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