21/08/18

Maria do Céu Ferreira ― desafio 137


Burro ao Quadrado
Rosa era moça sadia
Que lidava sem cessar,
Começando com o dia
Até o Sol se poisar!

O seu burro rezingão
Ajudava no transporte
Da farinha e do grão,
Não aceitando tal sorte.

Rosa, de rédea apertada,
Fazia-o espernear,
Até que ele estrebuchava,
Fumegando pelo ar!

Espumava e fumegava,
Qual isqueiro incendiado,
E ela atacava zangada:
― Nasceste Burro ao Quadrado!...

És burro desnaturado,
Filho de égua vadia,
És Burro pelo teu fado
E um Burro sem serventia!...
Maria do Céu Ferreira, 63 anos, Amarante
Desafio nº 137 ― rosa, isqueiro, burro

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