Olhei tristemente o velho funil,
tombado aos pés do capote esfiado, ainda pendurado no gancho,
ao lado do colete traçado, bordado a missanga. E vi a avó colocando
num pratinho da minha infância, um belíssimo espargo verde com
molho especial, perante o meu grito de alegria. E eu a trepar o
perfumado limoeiro do quintal. Peças tão díspares, mas que fazem brotar em nós
memórias que julgáramos desaparecidas em páginas amarelecidas
do tempo, esta correntezinha de nostalgia.
Fernanda Branco, 73 anos, Vila
Franca de Xira
Desafio nº 151 ― palavras com
espargo
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