24/10/18

Filomena Galvão ― desafio 152


Fez um chá. Sentou-se frente à lareira que crepitava acesa e bebeu-o de um trago, bem quente. Queria aquecer-se por dentro e por fora. As vicissitudes da vida deixaram-no fragilizado. A vulnerabilidade que sentia refletia-se-lhe na alma e no corpo. Definhava a olhos vistos. Os olhos começaram a verter. O gato enroscou-se aos seus pés. Este conforto despertou a sensibilidade e o choro foi convulsivo. Sentia agora o ardor das lágrimas a avivar-lhe a ferida da solidão.
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Desafio nº 152 – frase de Lídia Jorge

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