Nunca sentira uma dor assim. Ela
partira e agora o mundo era um sítio desconhecido. Faltava-lhe a voz e o
sorriso e as suas mãos perdiam-se no vazio da ausência. Sabia-a doente e
imaginara tantas vezes como seria perdê-la. Assustado como num filme a que
nunca tinha querido assistir até ao fim. Mas naquela madrugada, naquele
corredor de hospital, as lágrimas tinham vindo abraça-lo, uma a uma, quase
ternas, como se fossem a única hipótese de consolo.
Paula Coelho Pais, 57 anos, Lisboa
Desafio nº 152 – frase de Lídia
Jorge
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