A última
Aos noventa anos
ela era, salvo alguns sobrinhos emigrados, a última da família e última serrana
na aldeia de xisto. Lágrimas amargas que apenas lhe avivaram a solidão, não as
chorava mais. A única consolação, um cão abandonado com que partilhasse por vezes
sua refeição.
Um dia, ficou a
porta fechada. Nenhumas lágrimas no funeral, apenas o pároco, o coveiro, e um
cãozinho que se deitou ao lado da cova e não se deixava expulsar por seixos.
Theo De Bakkere, 66 anos,
Antuérpia, Bélgica
Desafio nº 152 – frase de Lídia
Jorge
Mais
textos aqui: http://blog.seniorennet.be/ lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário