Pingava de amor por ela. Em gotas
mal medidas. Soltava-se no seu regaço. Acordava às escuras para se sentir
liberto. Ensopado, alagado. Escondia-se nas almofadas do desejo. Lavava tudo o
que sentia. Era de ir e não voltar. Era de não suster. Enxugava o que tinha que
enxugar. Menos o amor que lhe rolava pelas faces, húmido, quase quente. Sal na
ferida já fria, pensava ele. E a mágoa a queimar, numa chama que não conseguia
apagar.
Violeta Seixas, Lisboa
Desafio nº 152 – frase de Lídia
Jorge
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