20/11/18

Diário 77 ― 118 ― Outro


Outro
Foi de noite que se desconstruiu, que o seu mundo ruiu: escuros futuros envoltos em sonhos sem fim nem tino; presentes chuvosos sem um fio de sentido; hojes de ontem sem regresso. Tudo ruiu.
Foi deste modo que Jorge se ergueu do leito, mergulhou no seu depois e se infiltrou no novo mundo. Fê-lo sem remorso ou sentimentos escondidos. Fê-lo sim como um verme que emerge dum fruto podre.
Foi recebido em tumulto por todos. Sentiu-se outro.
Margarida Fonseca Santos
Desafio nº 37 – uma história sem usar a letra A
OUVIR

Sem comentários:

Enviar um comentário