Alegria a jorros quando ele chegava. Mal ouvíamos
a trombeta, esquecíamos bola, pião, corda, e, prontamente, largávamos
ao seu encontro no extremo da aldeia. Empertigado,
capa e chapéu à mosqueteiro, proclamava-se oriundo da misteriosa
metrópole; nós, desconhecendo o que isso era, acreditávamos. O ritual
repetia-se anualmente, levando-nos num carrossel delirante de música e
fantasia. De gramofone ligado, indiferente ao metrónomo, dedilhava
cavaquinho, percutia xilofone, soprava pífaro, brandia maracas, martelava congas,…
Era o autêntico homem dos sete instrumentos.
Era o autêntico homem dos sete instrumentos.
Helena Rosinha, 66 anos, Vila
Franca de Xira.
Desafio nº 154 – palavras com M E T R
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